Ilustração com flora da cidade de São Paulo na época de sua fundação e nomes dos bairros atuais (Leandro Lopes de Souza)
São Paulo é a cidade austera, cinza, construída. Há uma beleza nela, mas – salvo alguns pontos no mapa – tem pouco a ver com a natureza e o verde. Poderia ser muito diferente.
Um estudo do botânico Ricardo Cardim, em parceria com o ilustrador Leandro Lopes de Souza, traz um retrato de como era, no século 15, a fauna e a flora da região em que está a capital paulista. Um ecótono, local de confluência de biomas diferentes, que reunia floresta tropical, cerrado e até pântano.
A BBC Brasil fez uma boa reportagem sobre isso. Confiram aqui.
O mangue é vida, o mangue é bom, o mangue é fundamental. O mangue é também um símbolo de Recife, uma cidade que nasceu em torno do estuário de vários rios. A ocupação urbana desordenada colocou os manguezais em segundo plano, aterrando alguns e tornando os quase um incômodo. Como uma parte da capital pernambucana que algumas pessoas preferem ignorar (ou fingir que não veem). Mas ele explica muito da cidade.
Uma das obras de referência nesse aspecto é “Homens e Caranguejos”, do médico e cientista político Josué de Castro. Um livro que ajudou a inspirar o movimento Manguebeat, em que bandas como Chico Science & nação Zumbi e Mundo Livre S/A misturavam elementos regionais com rock. Pela própria natureza do estilo, muitas músicas carregavam elementos sociais com referências ao mangue.
O caso mais claro é Manguetown. Nela, Chico Science compara a vida na beira dos mangues com a do próprio mangue. É uma vida cheia de lama, com cheiro ruim e com habitantes que se arrastam como caranguejos (e não podem olhar por cima como os urubus). No entanto, é uma vida digna e que tem seus momentos de alegria, sobretudo quando se sai à noite para se divertir e, quem sabe?, encontrar uma garota com quem dividirá a vida na cidade do mangue.
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